Paz não é ausência de guerra, paz é inteireza”
“Paz não é ausência de guerra, paz é inteireza”. Quando ouvi essas palavras pela primeira vez, me senti assustada e confusa. Afinal a minha principal mascara até então sempre tinha sido essa: “não vou brigar, discutir, porque não quero me desarmonizar, não quero desarmonizar os outros, eu sou da paz, á vitima que sofre para não incomodar”.
Não era a verdade, eu não “brigava”, não expunha a minha vontade, minha opinião, não dizia o que queria, por dois motivos: o primeiro era o medo, que colava os meus lábios e não me deixava abrir a minha boca em nenhuma situação. O segundo é que em minha baixa auto-estima eu adorava o papel de vitima, de coitadinha, de sofredora incompreendida por todos... Aquela que sofria em silencio.
Procuramos não conhecer os nossos defeitos por medo de não sermos nada além de nossas limitações, mas também procuramos não conhecer a nossa divindade inata, por medo de perdermos a noção confortável e circunscrita de quem somos. Acreditamos que nossa personalidade é delimitada e restrita pela superfície da nossa pele, é a nossa identidade, e por isso resistimos a idéia de sabermos mais sobre quem somos. Temos medo de sondar as nossas profundezas, onde somos muito mais do que a experiência normal que temos de nós mesmos.
Não existe certo ou errado, só existe o que existe. Você deve está se perguntando: Então não é errado roubar, mentir, matar? As pessoas que cometem tais atos o fazem por medo, vergonha ou culpa. É errado sentir medo, vergonha ou culpa? As pessoas fazem as coisas quer julguemos que estejam certas ou não, nosso julgamento não as fazem parar. Quando julgamos o que fizeram na realidade, estamos lhes dizendo às condições que impomos para amá-las. Caso façam o que esperamos delas, nós as amaremos. Mas se as julgamos erradas e ficamos com raiva delas, as ameaçamos com a possibilidade de deixarmos de amá-las.
Uma pessoa sem amor é uma pessoa amedrontada, e o medo é capaz de fazer coisas pouco amorosas. Tememos tudo aquilo que não nos é familiar e não compreendemos. As pessoas são escravizadas por causa do medo, pessoas são espancadas, humilhadas, destruídas por medo. Nós sabemos disso perfeitamente. Quando nos descontrolamos buscamos controle. Quando estamos impotentes buscamos poder. Muitas de nós somos mortas quando o monstro que escolhemos viver decidiu buscar o controle da situação.
Levei muito tempo para aprender que o vazio que sentia dentro de mim, era falta de amor. Vivia cheia de ressentimentos, sentindo-me uma citadinha, vitima de todos que se aproximavam, me sentia explorada, e usada... Acreditava que não existia outra opção na vida a não ser aquela cheia de infortúnios, magoas, dores e misérias. Foi preciso reunir muita coragem para conseguir olhar para os meus bloqueios e identificá-los, e depois muito depois chegar ao amor.
Nossos pensamentos negativos que são ecos de vozes que carregamos desde a nossa infância. Faz-nos ter uma auto-imagem negativa que é resultada de terríveis acontecimentos na nossa infância ou de comentários depreciativos que nos forma repetidos por um longo período. Temos que trazer a tona e reconhecermos esses padrões negativos de pensamentos, para só assim enfrentarmos a vergonha e o medo da aniquilação que nos acompanha constantemente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário